As primeiras supermodelos apareceram a mais de 100 anos atrás, com grandes nomes no meio da moda, porém o status real de Super que a gente conhece hoje, do glamour, fama e dinheiro é uma coisa bem mais recente.

A profissão de modelo é bem antiga, mas só nos anos 70 e 80 que as meninas que trabalhavam emprestando sua beleza para grandes desfiles e campanhas começaram a fazer dinheiro de verdade. Foi quando revistas, jornais e programas de TV começaram a bisbilhotar um pouco mais na vida dessas figuras maravilhosas. E elas começaram a ganhar mais fama e com fama vieram os cachês mais altos e assim foi. Ou seja, elas não eram mais só modelos desconhecidas. Elas chegaram ao nível de celebridades. E aí começaram a dar entrevistas em revistas, em programas de TV além de serem os principais alvos das colunas de fofocas, querendo saber das festas, os namorados, as fofocas, as polêmicas!

Foi no final dos anos 80, começo dos anos 90, que elas estouraram. As modelos estavam em todos os lugares e a coroação desta era das supermodelos aconteceu, por incrível que pareça, por uma simples capa de revista.

Nela você vê as 5 maiores tops da época: Naomi Campbell, Cindy Crawford, Christy Turlington, Linda Evangelista e Tatjana Patitz numa foto preto e branco, cabelo e make sem muitas firulas e assim como quem não quer nada, entrou para a história como um dos maiores momentos da moda!

A editora da Vogue na época, Liz Tilberis, queria mostrar como seria a mulher nos anos 90, e pediu à lenda da fotografia, Peter Lindbergh, que fotografasse a capa. Ele abraçou a ideia e disse que era impossível traduzir a mulher dos anos 90 somente com uma modelo. Eles queriam uma coisa diferente dos exageros dos anos 80, com muita maquiagem, muito cabelo, muita roupa e muito tudo!

Eles conseguiram juntar as meninas num único dia de folga na agenda delas em janeiro de 1990 nas ruas de Nova York quase zero maquiagem, cabelos super simples, vestindo uns bodys do Giorgio di Sant’Angelo, umas calças jeans da Levi ?s e só.

Peter falou que fez uns cliques coloridos porém ficaram muito bonitas e muito cara de campanha. Daí ele teve a ideia de deixar em preto e branco, porque iria trazer mais humanidade e naturalidade para a foto.

No mesmo ano a super estrela da Música George Michael entrou na onda e chamou as 5 para estrelar o emblemático vídeo clipe de Freedom, que elas apareciam dublando a música, e foi então que o mundo ficou infestado da presença das meninas

Mundo fashion e mundo pop unidos, foi uma dominação global! A partir daí a fama das meninas foi absurdamente amplificada e logicamente os cachês milionários.

A era das Supermodelos oficialmente começou e as modelos ficaram conhecidas como Supermodelos Originais. Naomi inclusive fez história como a primeira modelo Negra a estampar a revista TIME, as Vogues francesa, britânica e até o September Issue da Vogue americana, que é a mais importante publicação do ano.

Por um tempo elas foram descritas como “The Big Five", só que a Versace só chamou 4 das 5 meninas para aparecerem juntas em um dos desfiles deles e um documentário falando da história das supermodelos, deixando Tatjana Patitz de lado.

Bem aos poucos ela foi sendo excluída do “The Big Five'' e sendo substituída por outra top de sucesso na época, Claudia Schiffer. A substituição aconteceu tão naturalmente, que muita gente hoje, se você perguntar quem eram as 5 modelos na capa da vogue, vão excluir Tatjana e colocar a Claudia no meio.

O que aconteceu? Tatjana nunca foi muito ligada em ser modelo e disse também que nem se interessava muito no mundo fashion, então ela preferia manter a vida mais privada e foi aos poucos se afastando. Sobrou espaço para Cláudia no grupinho, que inclusive se tornou o “The Big Six” com a chegada de uma nova integrante, a então iniciante Kate Moss.

Elas eram tão poderosas que as marcas se digladiavam para ter as meninas trabalhando nas campanhas. Linda Evangelista inclusive é associada a lendária frase que definia as 6: “Nós não nos levantamos da cama por menos de 10 mil dólares por dia!”

Elas elevaram realmente o nível de influência das modelos a partir dos anos 90! Mas não eram as únicas que trabalhavam, obviamente. Elas era o carro chefe da indústria mas outros grandes nomes vieram por causa delas, como Stephanie Seymour, Helena Christensen, Tyra Banks, Eva Herzigova, Shalom Harlow, Karen Mulder, Carla Bruni, Yasmeen Ghauri e Amber Valetta, só pra citar algumas.

Obviamente toda essa fama e glamour também eram cercadas de polêmicas. Talvez os escândalos desta época sejam o motivo que até hoje algumas pessoas torçam o nariz para a profissão de modelos. Mas ao longo do tempo essa má fama foi caindo por terra.

Para citar algumas, a Linda Evangelista teve que correr para a embaixada canadense quando estava trabalhando no Japão e queriam forçar ela a fotografar pelada. Nessa época ela quase desistiu da carreira pois não queria ser tratada dessa forma. Os anos 90 não foram fáceis. Mas no final Linda encontrou profissionais muito mais sérios para trabalhar e se tornou o ícone que é.

Cindy Crawford também foi criticada ao aparecer na capa da Vanity Fair, em que ela aparece de maiô, fazendo a barba da cantora K.D Lang. Na verdade não tinha nada de errado com a capa e as pessoas eram simplesmente preconceituosas mesmo.

Já Naomi e Kate tiveram sérios problemas com abusos de substâncias, agressões, escândalos sexuais e todo esse pacote.

O fato é que com seus problemas essas supermodelos ajudaram a levar o mundo da moda e das modelos a relevância que tem hoje. Talvez o nome de Naomi Campbel seja o mais conhecido nos dias de hoje, muito devido às polêmicas que ela protagonizou, mas ela ainda é um dos nomes mais ativos no mundo da moda mesmo passando dos 50 anos de idade. Ela vai além da moda, apresentou o próprio programa de reality show e apoia várias instituições de caridade.

Já Linda Evangelista, que vez ou outra faz algumas campanhas de moda, agora é diretora criativa e vice-presidente da Erasa, que é uma marca de produtos de beleza.

Christy Turlington foi estudar, se formou em Saúde Pública e foi trabalhar pela Harvard no conselho de saúde Global, além de ter duas linhas de roupa e uma de cuidados com a pele.

Claudia Schiffer agora é casada com o diretor Matthew Vaughn (que dirigiu X-Men: Primeira Classe) e se divide entre cuidar dos 3 filhos e trabalhar como modelo.

Cindy Crawford hoje deixou a maior parte dos trabalhos de modelo para a filha Kaia Gerber, que já é uma top também. Além de trabalhar como modelo de vez em quando Cindy tem várias linhas de produtos, entre móveis, utensílios domésticos e maquiagem Ela escreveu um livro também, o Becoming, além de um monte de outros trabalhos comerciais.

Já Kate Moss Depois de uma reabilitação, continua firme e forte como modelo, além de desenhar algumas coleções para a Topshop, uma linha de bolsas para LongChamp, uns perfumes também. Além de fundar a própria agência de modelos.

Bom, todo mundo concorda que nenhuma modelo depois delas (tirando Gisele Bündchen, é claro) vai ter o mesmo tipo de influência e fama que elas tiveram nos anos 90. Mesmo grandes nomes de hoje em dia como Kendall Jenner que chegou ao topo da Forbes como a modelo mais bem paga ganhando 22 milhões de dólares em um ano vai ter o mesmo reconhecimento global que o “The Big Six”.

Mas porque todo esse hype das Supermodelos dos anos 90 meio que acabou? Vamos contar isso pra vocês na matéria da semana que vem.

Se você estiver ansioso e já quiser descobrir temos 2 vídeos no nosso canal do YouTube, um falando sobre a ascensão e outro sobre a queda das Supermodelos. É só clicar aqui.