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Round 6 - curiosidades por trás da série mais vista da Netflix

Vocês provavelmente já assistiram ou pelo menos ouviram falar da série mais comentada do momento, Round 6, ou Squid Game fora do Brasil. Não existe um lugar que você vá que a galera não esteja falando dessa série, ela inclusive está em primeiro lugar da netflix global e recentemente bateu o recorde de série mais vista da Netflix, assistida por mais de 110 milhões de assinantes. As ações da Netflix dispararam e a empresa até se tornou 19 bilhões de dólares mais valiosa. Mas porque esse sucesso todo? Vamos dar uma olhada no que rola por trás da série, as curiosidades de bastidores e polêmicas de Round 6.

 

 

Vamos começar do básico. Sobre o que é essa série? Round 6 é uma produção da Netflix Coreia do Sul e tem uma vibe meio jogos vorazes, 3%, Alice in Borderland...Enfim, essas séries e filmes que têm jogos onde as pessoas morrem e rola aí alguma crítica social em cima disso. Em Round 6 várias pessoas endividadas e passando por um perrengue financeiro são convidadas a participar de um jogo e ganhar 45.6 bilhões de Wons, que em reais dá uns 210 milhões. O foco da série fica no personagem Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae. Ele é viciado em jogos de azar, tipo aqueles que você aposta em um cavalo de corrida e tal. Além disso, ele é bem endividado não só com o banco mas também com agiotas que até agridem ele. E pra terminar a catástrofe Seong é divorciado e sofre pra conseguir pagar as coisas pra filha. A série mostra que sem grana ele não tem credibilidade na justiça para pedir a guarda dela, já que é considerado incapaz de sustentar a menina. E é exatamente essa galera, cheia de problemas na vida, que começa a participar do tal jogo. Eles recebem um cartão com um número de telefone e ao ligarem aceitando o desafio todo mundo é levado para um lugar misterioso, onde precisam assinar um contrato e participar de jogos inspirados em brincadeiras infantis, mas se perderem, morrem. Simples assim. 

 

 

Tá, agora que você tem uma noção básica da história vamos falar dos bastidores! O diretor da série, Hwang Dong-hyuk, escreveu o roteiro a mais de 10 anos, em 2008 e originalmente era pra ser um filme. Ele diz que na época estava lendo muitas histórias em quadrinho e decidiu escrever um roteiro que se inspirasse nesses quadrinhos e se passasse na Coreia. Ele finalizou a ideia em 2009 mas ela acabou ficando engavetada por vários anos. Nesse meio tempo ele dirigiu outros projetos e foi ganhando credibilidade. A partir de 2010 os dramas coreanos foram ganhando cada vez mais espaço no ocidente, o que obviamente atraiu vários investimento das plataformas de streaming. Em 2019 a Netflix demonstrou interesse na série e decidiram financiar o projeto, que ficou por conta da produtora Siren Pictures. Hwang então adaptou o roteiro para ser uma série e disse que graças a Netflix não existiam mais limites e ele estava livre para criar. 

 

 

Com o roteiro pronto e já planejando as filmagens, a diretora de arte, Chae Kyoung-sun, quis utilizar cenários grandes, coloridos, com o intuito de transportar o espectador para um mundo fantasioso, mas ainda sim realista. O diretor escolheu jogos infantis que, mesmo alguns sendo típicos da cultura coreana, fosse fácil para todo mundo entender. Eles tentaram recriar os playgrounds em tamanho real, para que os atores sentissem que estavam brincando.

 

 

A série teve uma repercussão muito grande no mundo todo ficando na posição 1 dos top 10 de mais de 90 países, além disso ela foi a primeira série coreana a ficar em primeiro lugar nos Estados Unidos, ultrapassando grandes sucessos como Stranger Things.  Nas Filipinas, por exemplo, a Netflix construiu uma réplica da boneca usada na série na frente de um shopping, virada de costas para uma faixa de pedestre. Aí cada vez que alguém tentava atravessar a rua no sinal vermelho a boneca virava e dava um susto neles. Mas ironicamente não foi investido muito dinheiro no marketing global, a série foi legendada em 37 idiomas e dublada em 34. O diretor acredita que o que atraiu as pessoas foi a ironia de ver adultos jogando jogos infantis por dinheiro até a morte. No geral, Round 6 teve boas avaliações dos críticos ao redor do mundo. 

 

 

Por falar na boneca, uma curiosidade é que ela é um artefato real que fica em um vilarejo de Jincheon. A produção emprestou essa boneca para fazer a cena e depois devolveu ela.

 

 

Agora, na Coreia o investimento em marketing foi maior. Na cidade de Seul foi criado uma réplica do cenário na estação de metrô de Itaewon, que acabou tendo sua exibição cancelada por conta da pandemia. Alguns acreditam até na influência que a série terá nas eleições de 2022 no país, já que alguns candidatos já começaram a usar a série para trazer em pauta questões de desigualdade, o que com certeza será pauta nos debates eleitorais.

 

 

Mesmo se parecendo com outros filmes e séries no estilo battle royale, muitos acreditam que o que atraiu mesmo as pessoas e fez a série estourar é que diferentemente de outras obras que se passam em um universo distópico ou envolvem magia e coisas sobrenaturais, em Round 6 tudo se passa no mundo real e faz as pessoas se identificarem com os personagens que tem problemas sociais reais. A série traz bastante à tona a questão da meritocracia e esse abismo entre a massa que compete de forma desigual na sociedade e os ricos que assistem.

 

 

E já rolou polêmica? Mas é óbvio. Uma das primeiras foram as alegações de plágio no roteiro. A galera falou que Round 6 se parecia muito com o filme japonês “As The Gods Will”, lançado em 2014. Em resposta às alegações de plágio, Hwang disse que escreveu o roteiro em 2008 e que no set ele já havia sido alertado sobre a semelhança com outras obras, mas elas eram apenas coincidências. 

 

 

Além disso, uma companhia de internet da Coreia, a SK Broadband, processou a Netflix por causa do tráfego de rede intenso com o consumo da série. Eles estão tentando cobrar da Netflix os custos de manutenção que eles tiveram por conta da série.

 

 

Ainda falando em coisas bizarras, lembra que a galera recebe um cartão com um número de telefone, que eles precisam ligar pra participar? Então, o pior é que esse número existe na vida real e a dona da linha simplesmente não tem mais paz!!! Ela recebe ligações o dia todo de pessoas falando que querem participar do jogo. A mulher é uma comerciante na Coreia e disse que tem essa linha há mais de 10 anos e ficou surpresa com isso. Ela contou que teve até que apagar mais de 4000 contatos do celular. As pessoas ligam até de madrugada e o celular chega a esgotar a bateria em muito menos tempo, de tanto que toca.

 

 

Round 6 também trouxe à tona uma discussão antiga mas que ainda persiste. Com a popularização da série no ocidente comentários xenofóbicos começaram a aparecer na internet, com pessoas dizendo que os personagens são todos iguais, que não conseguiam diferenciar eles, zoando os nomes tipicamente coreanos e por aí vai… E isso não é novidade, esses comentários já tinham rolado antes, em outros momentos. Como nas olimpíadas de Tóquio, ou também quando conteúdos da ásia ficam famosos no ocidente, como BTS e o filme Parasita. O conteúdo pop da Ásia tá cada vez mais sendo exportado por aí mundo afora, é uma questão de tempo até as pessoas normalizarem a presença deles. Da mesma forma que pra gente hoje é normal ver um nome mega difícil de alguém dos Estados Unidos em um filme, ou outras diferenças culturais que passam despercebido. Até lá o mais importante é estar disposto a aprender e entender outra cultura, sem ter medo de perguntar e tirar suas dúvidas.

 

 

E aí? Assistiram a série? O que acharam? Fizemos um vídeo no nosso canal do YouTube contando essas novidades, corre lá dar uma olhada. para mais conteúdos como este siga a gente no Instagram e acompanhe as novidades.

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